Esse é o segundo álbum da banda baiana de metal e reúne oito faixas
Natural de Feira de Santana, Bahia, o Human é uma banda estradeira. Já participaram de diversos festivais, entre eles alguns de grande destaque como o Caetité Metal Open Air 2013, Feira Noise Festival 2014, Ruídos no Sertão 2014 e 2015, Palco do Rock 2011, 2015 e 2024 e o Dopesmoke Festival 2021. Nesses anos de estrada também teve a oportunidade de dividir o palco com grandes ícones da cena do rock e metal mundial, como em 2013 quando foi banda de abertura do Kiko Loureiro Trio em sua turnê “Sounds of Innocence”. Já no ano de 2015, tocaram ao lado de outro ex-Megadeth, o guitarrista Marty Friedman. O ano de 2016 reservou grandes experiências à banda quando tocaram ao lado do Dr Sin no Sisal Rock Festival, e também a oportunidade de serem a banda de abertura da “Infinite Entanglement Tour” de Blaze Bayley, ex-vocalista do Iron Maiden. Por fim, depois de realizarem shows em seis estados diferentes do nordeste brasileiro, o Human desbravou a região sudeste do país com sua “Perennial Quest – Sudeste Tour” realizada em Janeiro de 2024 e que contou com oito shows pelos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Em termos de estúdio, a discografia do Human até aqui conta com o EP “Leaving The Shadows” de 2012 e dois álbuns, “Sad Modern World” de 2016 e o mais novo lançamento, “A New Perception”, que foi lançado em 2022 nas plataformas digitais mas que agora ganhou uma versão física em CD lançada pela Som do Darma.
Musicalmente, “A New Perception” é um genuíno disco de heavy metal com referências de hard rock e progressivo. O processo de composição e de arranjos contou com a participação de todos os integrantes que formavam o grupo na época da gravação: o guitarrista Níass e o baixista Rafael Sampaio, além do vocalista Lucas Laudano e o baterista Clauzio Maia. Entretanto, em termos de letras, são Níass e Rafael que tomam a frente e, segundo a dupla, “A New Perception” não foi originalmente concebido para ser um disco conceitual, embora, no final, todas as músicas dialoguem entre si.
“Acredito que o pano de fundo central das letras seja a forma como a sociedade atual nos afeta e como podemos lidar com isso, fugir dos padrões impostos e ter uma existência autêntica”, declarou Rafael Sampaio sobre o que ele acredita ser o tema central das letras de “A New Perception”.
Não há como negar que “A New Perception” sugere novas perspectivas para a vida em sociedade e a individuação dos sujeitos. E o ponto de partida para isso não deixa de ser a crítica ao status-quo político. “Clay Idols” e “Infodemic”, as faixas que abrem e fecham o disco, respectivamente, são, por exemplo, críticas diretas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Clay Idols foi finalizada durante as campanhas eleitorais de 2018”, lembra Rafael. “Foi inevitável não tocarmos no assunto diante do incômodo que o Bolsonarismo e tudo que ele representa nos trouxe. Sentimos necessidade de nos expressarmos naquele momento conturbado da política brasileira. Já Infodemic, que é uma composição minha em parceria com o Níass, nasceu da leitura de um artigo sobre o conceito de “infodemia” e nela expressamos nosso incomodo e o inconformismo em relação a difusão de fake news, uma das principais armas do (des)governo de Bolsonaro, além do negacionismo”.
Apesar de sua singularidade, “A New Perception” é plural em termos líricos. Enquanto “Sea of Sensations” – que pela primeira vez na trajetória da banda reúne elementos acústicos – foi baseada na obra “O existencialismo é um humanismo”, de Jean Paul Sartre, outras músicas como “On The Way To Madness” e “Unknown Sea” tratam sobre saúde mental.
“Com base em situações vivenciadas por amigos próximos, as letras relatam o esgotamento e adoecimento mental, assim como o desafio diário e constante em busca de se manter bem psicologicamente, algo cada vez mais recorrente nos tempos atuais”, completou Rafael.
“A Call Of The Wild”, que ganhou um vídeo, é diretamente inspirada em Christopher McCandless e no seu livro “Into the Wild”. De acordo com o guitarrista Níass, apesar da reflexão sobre a reconexão com natureza, ela também pode ser considerada uma letra política, principalmente na crítica ao capitalismo.
“Primeiro tive acesso ao filme “Into the Wild” e logo em seguida li o livro “O Chamado Selvagem” de Jack London”, explica Níass. “A principal mensagem que queremos passar é justamente sobre a necessidade do ser humano se reconectar à natureza, mas como o próprio Christopher escreve: “A felicidade só é real quando compartilhada”. De toda forma, é um belo exemplo de uma vida mais simples e desapegada de bens materiais, do consumismo e de status, enfim, dessa ditadura do capital”.
A faixa título e a capa do álbum destacam a frase – “No patterns, no models. No rules for us, sick society!” – que em português quer dizer: “Sem padrões, sem modelos. Sem regras para nós, sociedade doente!”. De acordo com Níass, eis um belo resumo da proposta lírica de “A New Perception”.
“Acho que por características como essa que muitos acham que o disco é conceitual. Esse trecho da música A New Perception faz total conexão com a letra de A Call of the Wild. Nossa sociedade está cada vez mais adoecida. A maioria das pessoas só valorizam o que traz retorno financeiro e status. Nós tentamos de todas as formas caminhar no sentido contrário desse modelo. Não somos minimalistas, mas é uma ideologia que nos identificamos bastante.”
Ouça “A New Perception” nas plataformas digitais:
Spotify: https://bit.ly/3wn6oL4
Deezer: https://bit.ly/3URT0YU
Apple Music: https://bit.ly/3UOAtwt
Amazon: https://bit.ly/4dvyTa8
Youtube: https://bit.ly/4btoWIy
Assista também os vídeos oficiais no canal da banda no Youtube:
Unknown Sea – https://youtu.be/qf3Yxb5hzl8?feature=shared
A Call Of The Wild – https://youtu.be/mbN8Gm0iN60?feature=shared
“A New Perception” em CD físico está disponível nas principais lojas especializadas do Brasil, entre elas a Die Hard, Aqualung e So What na Galeria do Rock em São Paulo, além de venda online.
Além de Níass e Rafael Sampaio, integram a atual formação do Human o vocalista Rodrigo Sobrinho e o baterista Gilmar Ferreira.
O grupo acabou de completar mais uma extensa turnê pelo nordeste que contou com 13 shows em oito estados diferentes.