Há mais de 20 anos o Hellish War vem mantendo a tradição de se fazer heavy metal à maneira clássica. Novas bandas e novas tendências desapareceram tão rapidamente quanto surgiram, ao passo que o Hellish War segue firme mantendo vivo esse legado. Paralelamente a paixão e o desejo dos músicos de continuarem tocando metal tradicional, o Hellish War teve que se reinventar ao longo dessas mais de duas décadas de carreira para conseguir manter ativa sua produção criativa. Nos bons tempos da indústria fonográfica, o grupo conseguiu, mesmo a margem das expectativas estéticas do mercado à época, assinar contratos de gravação que foram determinantes para que a banda não só pudesse dar manutenção, mas conseguisse ampliar sua formação de público, chegando até a Europa, onde já excursionou duas vezes e se apresentou em importantes festivais.

Quando a realidade dos novos tempos mostrou que o comércio convencional de música já não era mais eficaz e que não haviam mais possibilidades através do mercado, o grupo soube entender que é através das políticas públicas de cultura que um artista ou grupo musical pode encontrar um conjunto de instancias onde é possível produzir e difundir arte e cultura da forma mais ética e responsável.
O grupo então inscreveu um projeto para gravação de seu novo disco no Proac Editais, programa de investimento direto do Governo do Estado de São Paulo através da Secretaria de Cultura. Cada edital é direcionado a um determinado segmento artístico e/ou cultural. O Hellish War participou do edital nº 24/2018 – Música Alternativa ou Eletrônica que abrange o segmento “heavy metal” e foi contemplado com um valor em reais para financiamento de seu novo álbum.

“Depois de todos os processos de avaliação, assinamos o contrato com o Estado de São Paulo na semana passada e dentro de alguns dias o Hellish War recebe a primeira parte do pagamento para começar o processo de gravação de seu novo álbum”, conta o gestor cultural do grupo, Eliton Tomasi. “O art. 215 da Constituição estabelece que o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. Após essa recente tragédia com o Museu Nacional, o momento é importante para discutir sobre isso. Espero que todos que produzem, difundem e consomem cultura nesse país possam ter conhecimento e procurem fazer vigorar a lei. Em nosso segmento, o rock/metal, que por vezes é considerado, pasmem, como “exceção cultural”, é mais urgente ainda o entendimento desses mecanismos de financiamento para que toda a produção criativa nesse segmento possa voltar a ter dinamismo. É preciso entender, e aceitar, sem ressentimentos, que o mercado se desfez do rock ‘n’ roll depois de ter se apropriado dele durante todos esses anos.”

Já para JR, baixista do Hellish War, ainda é surpreendente receber a notícia da aprovação de um projeto para edital público no Brasil onde o heavy metal está longe de ser um segmento musical popular.
“Ganharmos um edital deste tipo é muito gratificante. Isso nos motivou e deu um gás tremendo em nosso processo de composição. Já estamos com metade do novo disco pronto e já iniciamos a pré-produção. Estamos confiantes com o direcionamento deste novo disco.”

Antes de entrar em estúdio para começar a gravar o sucessor do super elogiado “Keep It Hellish” de 2015, o Hellish War cumpre sua agenda de shows que incluiu uma participação bastante especial no Guaru Metal Fest neste sábado dia 08 de Setembro. O grupo divide o palco com outros importantes nomes do heavy metal nacional como Attomica, Centurias, Witch Hammer, Battalion, Selvageria, War Age, Rising, Thunder Spell, Antroforce, Golpe Devastador e Biter. A abertura dos portões está marcada para às 14:00 e a apresentação do Hellish War está prevista para ter início às 22:00. O Guaru Metal Fest será realizado no Clube Recreativo de Guarulhos (Rua Dr Nilo Peçanha 111 – Centro) e os ingressos estão disponíveis no Clube do Ingresso por R$ 70,00: http://www.clubedoingresso.com/guarulhosmetalfest2018